terça-feira, 18 de setembro de 2007

Felicidade.


Na minha rua há uma casa que pertence à Toca de Assis. Para quem não sabe, a Toca de Assis é uma fraternidade da igreja católica que ajuda velhinhos abandonados ou não. Esta só tem meninas e na faixa de 17 a 20 anos. Sempre que passo pela casa, elas estão sempre gargalhando, cantando ou dançando. Nunca vi essas meninas tristes. Fico me perguntando se elas são realmente felizes, pois tiveram que abdicar da família, de coisas normais que todos os jovens fazem, fizeram voto de pobreza, obediência e castidade para fazer um trabalho que a maioria não quer fazer nem com os idosos de casa, imagina com desconhecidos. Percebi que toda vez que há um simples aniversário de algum velhinho, elas comemoram com tanta vontade. Decoram todo o espaço que elas usam como sala de jantar e televisão, brincam, cantam e dão mil gargalhadas e eu fico pensando...Mas como elas conseguem ser tão felizes? Ninguém é tão feliz assim! Chega ser irritante as vezes.
Nós fomos programados a achar que felicidade é sucesso profissional, casa, carro na garagem e dinheiro para gastar no shopping todo final de semana. Essas meninas não tem nada disso e são felizes. O que é realmente ser feliz? Será que se largamos tudo e ajudar mendigos na rua nos fará felizes? Essa programação só será desfeita quando percebermos que é mais importante ser do que ter.
A felicidade é um momento ou a soma de vários momentos bons e na maioria das vezes estão em coisas simples. Serei pai em dezembro e fico imaginando como será feliz o momento em que eu verei minha filha pela primeira vez, o momento em que verei ela andar e o momento em que escutarei ela me chamar de pai.
Se aprendermos a valorizar com se fosse a última, a risada em um encontro com um amigo, o sabor de um bolo de chocolate, a leitura de um livro maravilhoso, a brincadeira com o nosso cachorro e o céu azul num dia de verão nos daremos conta que a felicidade não é uma coisa a ser perseguida. Ela está sempre ali do nosso lado. Basta apenas percebê-la.